Imagem: Reprodução
Este mês, o Estado do Pará homenageia o centenário (1924+2024) de Alacid da Silva Nunes, militar brasileiro, nascido na cidade de Soure, na Ilha do Marajó. Alacid Nunes nasceu em 25 de novembro de 1924, estudou economia. Até os dias de hoje ainda contribui com a política paraense.
Golpe Cívico-Militar no Pará
A história do regime militar no Pará, advindo com o Golpe Cívico-Militar, em 31 de março de 1964, ainda é pouco contada na historiografia regional, mas dá para entender.
Comunicação
Desde o tempo de Província, o Pará tinha um grande problema de Tempo-Espaço (Comunicação). Para ter uma ideia, o Pará só tomou pé de que o Brasil tinha um Imperador com a adesão do Pará ,em 15 de agosto de 1823, uma República proclamada, dessa forma, a Revolução de 30, e a decretação do Estado Novo por Getúlio Vargas o povo do estado só ficou sabendo quando o fato já estava consumado. Ah, se tivesse Internet?
Golpe
Resumidamente, o golpe de Estado no Brasil, em 1964, foi à deposição do presidente brasileiro João Goulart por um golpe militar de 31 de março a 1º de abril de 1964 interrompendo a tradição democrática de escolha de presidência da república, instalando uma Ditadura Militar.
Alacid da Silva Nunes
Em 1966, Alacid da Silva Nunes, iniciava o primeiro dos seus dois mandatos como governador, para o qual ascendeu através de eleição direta, no ano anterior, com 70% dos votos válidos. Sua vitória sepultou a figura política do marechal Zacarias de Assunção, mais um militar, mais um adversário tirado de cena da história política do Pará.
Legitimidade ao Processo
Por outro lado, o sufrágio eleitoral no regime somente serviu para dar legitimidade ao processo. Outra eleição direta para o cargo de chefia do Estado, partindo do AI-5, no eclipse de 1968, aconteceu em 1982, com a vitória de Jader Barbalho (PMDB).
“Jarbistas” X “Baratistas”
Alacid Nunes pavimentou os seus passos através dos “alacidistas”, em aliança com os setores que apoiavam Jarbas Passarinho (os “jarbistas”), que eram aliados, por sua vez, do governo militar de Brasília. Os “jarbistas” tinham uma missão a cumprir para os “alacidistas”: limpar o Palácio Lauro Sodré do que sobrou dos “baratistas”, que ainda tinham transito na política paraense, um dos mais conhecidos, Hélio da Motta Gueiros.
Queda do Regime
No final dos anos 70, as greves do ABC paulista, as manifestações contra os presos políticos, o movimento pelas Diretas Já e a crise econômica davam folego à luta contra o regime, que demonstrava a fraqueza dos militares. Assim, o apoio de Alacid Nunes ao PMDB, antecipou a queda do regime militar no Pará, no início dos anos 80.
Jader Barbalho
A volta de Alacid Nunes ao poder tornou irremediável o rompimento entre as correntes partidárias e nesse ínterim Jarbas Passarinho logo recebeu o apoio do presidente João Figueiredo ao passo que os “alacidistas” apoiaram a candidatura do deputado federal Jader Barbalho, que mesmo sendo do PMDB foi eleito governador do Pará, em 1982, ao derrotar o empresário Oziel Carneiro (PDS).
Tailândia do Pará
Sobre o desenvolvimento da nossa região, na década de 70, no Regime Militar, sobrou os Grandes Projetos da Amazônia, a construção da hidrelétrica de Tucuruí e o Projeto Carajás, além claro, do recrutamento de mão de obra para construir a PA-150. Lembrando que Alacid Silva Nunes governou o Estado em dois mandatos, de 1966-1971 e 1979-1983, ressaltando que a vida política do município só acontece a partir de 1989.